Esta página será dedicada ás discursões sobre o texto: A construção de uma didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino.
ABUD, Kátia Maria. A construção de uma Didática: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino. História [online]. 2003, vol.22, n.1, pp. 183-193.
http://www.scielo.br/pdf/his/v22n1/v22n1a08.pdf
Resumo: Desde as primeira décadas do século XX, educadores preconizam a utilização do cinema como importante recurso didático no ensino de história, alguns ancorados na ideia de reprodução fiel do acontecimento passado. Mas, além disso, cria possibilidades de aula mobiliza operações mentais que conduzem o aluno a elaborar a consciência histórica, forma de consciência humana prática, e que se constitui, em última instância, no objetivo maior do ensino de história.
Este
texto pretende fazerdiscutir o artigo: A construção de uma didática da
História: algumas discussões sobre a utilização de filmes no ensino que tem
como autora Katia Maria Abud. O referido texto faz uma discussão a cerca da
utilização do cinema como recurso didático para o ensino de História, visando
à possibilidade da construção do conhecimento escolar.
O
cinema tem despertado o interesse dos professores para a sua utilização como
recurso didático. Essa preferência pelo uso do cinema, segundo a autora deve-se
aos seguintes fatores:
[...] a enorme atração que a
produção fílmica ainda exerce a disseminação e a acessibilidade das fitas de
vídeo, tanto em locadoras como nas videotecas de instituições educativas e nas
próprias escolas. [...] a utilização de filmes tem sido facilitada pelas
políticas públicas que tem como proposta a educação à distância e tem fornecido
as escolas os aparelhos [...] televisão e vídeo cassete, utilizáveis para a exibição
de filmes em fitas de vídeo. (ABUD, p. 183, 2003)
Assim
a produção fílmica se constitui como uma metodologia para o ensino de história.
Esta produção passou a ser considerada como um elemento importante para a
construção do conhecimento histórico e do saber escolar a partir da década de
70.
O
filme passou a ser aceito como documento com o abandono da história metódica
com a fundação da revista Annales[1].
Esse grupo desenvolveu um novo modo de produção historiográfica, pois propunham
a História–problema como substituta da história dos reis, tratados e batalhas.
Assim se passou a combater a história “historicizante” que preconizava o
restabelecimento da verdade dos fatos a sua realidade original e o fetichismo
dos acontecimentos.
Nesse
período de renovação da produção historiográfica expandiram-se também idéias
que propunham inovações para o desenvolvimento educacional, em países como os
Estados Unidos, França, e Itália, educadores e estudiosos da Psicologia da
Aprendizagem opunham-se as práticas pedagógicas tradicionalistas, visando uma
educação que integrasse o indivíduo na sociedade e ampliasse o acesso de todos
a escola. Assim esses educadores e estudiosos da Psicologia propunham o
desenvolvimento da Escola Nova[2],
sendo as novas tecnologias apontadas como recurso didático para o seu
desenvolvimento.
Segundo
Katia Maria Abud (p. 186, 2003) “no Brasil, os defensores das propostas da
Escola Nova sugeriram a utilização dos recursos audiovisuais, em especial do
cinema”, esse incentivo pelo uso do cinema como recurso didático visava uma
maneira de estimular e tornar o processo de aprendizagem interessante para os
alunos.
A
lei nº 378, de 13/1/1937 criou o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE),
que produziu inicialmente dois filmes: O
descobrimento do Brasil e Os
Bandeirantes, ambos dirigidos por Humberto Mauro. No entanto essas
produções que deveriam instruir a juventude sobre a história brasileira
acatavam os princípios da história oficial, assim o cinema educativo se por um
lado servia aos objetivos da escola Nova por outro lado ajudavam a compactuar
com os mitos nacionais.
Os
professores escolanovistas compactuando com os paradigmas da Escola Metódica,
viam o cinema como grande atrativo para os alunos e defendiam o seu uso, no
entanto, o cinema deveria garantir a “verdade histórica”
Segundo
Katia Maria Abud (p. 187, 2003) Jonatas Serrano afirmava que: “deforma-se
deliberadamente o passado para efeitos românticos, ou cômicos”. Suas idéias
eram partilhadas com outros professores brasileiros e de outros países que
buscavam modernizar o ensino para que os alunos aprendessem os verdadeiros
conteúdos das disciplinas. Ainda para Serrano o filme só representaria valor
educativo se fosse exclusivamente uma fonte histórica, ou seja, que
reproduzisse o fato em sua complexidade. No entanto, Serrano admite que a
filmagem de excursões a locais históricos e os comentários feitos por
especialistas poderiam ser relevantes ao ensino de História.
Assim
a análise da produção fílmica aceita pelos educadores se relaciona única e
exclusivamente ao conteúdo. Dessa forma não se encarava a linguagem imagética
como um recurso com características próprias nem proponham métodos de trabalho pedagógico
com a exploração das imagens.
[...] ao serem analisadas (as
imagens) permitem que se compreenda melhor os aspectos que os currículos
escolares propõem. Processam ainda outros símbolos amplamente culturais e
sociais, mediante os quais apresentam uma certa imagem do mundo, que devem
possibilitar ao aluno que desenvolva a análise crítica do mundo no qual vive. Além
disso, acarretam outras instancias de referências como comportamentos, moda vocabulário.
(ABUD, p. 188, 2003)
Assim
as imagens merecem estar em sala de aula porque sua leitura nunca é passiva.
Os
filmes dono de uma identidade própria, para ser utilizado como instrumento
histórico exige um instrumental adequado para sua exploração, ou seja, o filme
na sala de aula de História exige uma proposta didática. Na maior parte das
vezes o filme é utilizado para se obter o maior número possível de informação
sobre um fato ou um personagem histórico, sendo este pouco utilizado para a
formação, que só ocorre quando a informação recebida se transforma em
conhecimento. A imagem tem sua própria linguagem que auxilia na construção do
conhecimento histórico do aluno, visto que esta construção passa por elaboração
de operações mentais resultando em efeitos sociais.
Assim
como o documento textual, o documento fílmico na sala de aula segue orientações
próprias para atender as suas especificidades. A análise do texto fílmico
mobiliza representações imagéticas por isso não pode dispensar as de natureza
lingüística.
Pode-se
afirmar também que o filme promove o uso da percepção que é orientada por
operações intelectuais, como observar, identificar, extrair, comparar,
articular, estabelecer relações sucessões e casualidade. Assim a análise do
documento fílmico produz efeitos na aprendizagem de História, pois ao proceder às
operações mentais necessárias para a inteligibilidade do filme, o aluno estará
elaborando o seu pensamento histórico que tem como perspectiva a construção da
consciência histórica.
Portanto
entre tantos meios de comunicação o cinema tem despertado o interesse dos professores
como recurso didático a ser adotado na sala de aula. No entanto com relação a
sua utilização ainda prevalece entre os professores à idéia de utilizá-lo única
e exclusivamente a reprodução do conteúdo. Entretanto a linguagem imagética
deve ser encarada como um recurso com características próprias e deve-se também
propor métodos de trabalho pedagógico adequado a utilização das imagens em sala
de aula, ou seja, exige-se uma proposta didática que leve ao educando a construção
de conhecimento através da leitura fílmica elaborando assim seu conhecimento histórico,
como também a construção de sua consciência histórica, levando o educando a
distinguir a História das maneiras ligeiras e espontâneas de representar o
passado.
Bibliografia:
ABUD, Kátia Maria. A
construção de uma Didática: algumas ideias sobre a utilização de filmes no
ensino. História [online]. 2003, vol.22, n.1, pp. 183-193
BURKE,
Peter.A Revolução Francesa da historiografia: a escola Annales(19291989). 2ª
Ed. São Paulo:Editora Universidade Estadual Paulista, 1991.
[1] A revista Annales foi fundada em
1929 por Marc Bloch e Lucien Fèbvre, sendo originalmente chamada de Annales de
história econômica e social.
[2] A escola nova exigia a utilização
de diferentes métodos de ensino que enfatizassem o lado criativo do aluno e as
possibilidades de participação na elaboração do conhecimento.
O Texto dessa autora é um lixo, como a maioria dos historiadores, ela fala fala fala e nao fala nada.... oxalá fosse um jornalista que escrevesse sobre o assunto, com certeza a compreensão seria 100%
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